segunda-feira, 19 de novembro de 2007

A arte rupestre





Esta semana decidimos focar-nos em mais uma actividade que ocupava grande parte do tempo dos nossos antepassados.








Os hominídeos não se limitavam a procurar a subsistência. Tinham preocupações mais elevadas, que conduziram ao desenvolvimento da arte.


A arte rupestre:
Foi certamente para exprimirem os seus sentimentos que os grandes caçadores criaram as primeiras obras de arte.

As mais notáveis dessas obras são as pinturas e as gravuras rupestres que aparecem nas paredes de muitas cavernas, especialmente em França e em Espanha, ou em rochas ao ar livre, como em Portugal. Trata-se de representações de animais – bisontes, cavalos, mamutes, veados, etc. – misturados, com algumas raras figuras humanas, mãos e outros sinais de difícil interpretação. Os animais mais representados, o touro e o cavalo, deveriam simbolizar as forças sobrenaturais – a fecundidade e o poder - que os homens veneravam e em volta das quais imaginavam, talvez, belos mitos ou histórias sagradas.

Estas maravilhosas imagens, pintadas com uma gama variada de cores, castanhos, ocres, vermelhos, representam a vida animal com extraordinário naturalismo, isto é, de forma muito aproximada ao que podemos observar na Natureza. O mesmo naturalismo se encontra nas figuras de animais esculpidas em pequenas peças de chifre ou de marfim. Mas não menos notáveis pela sua força expressiva são as pequenas figurinhas, a que chamamos “Vénus” e que tinham certamente um carácter mágico-religioso, constituindo símbolos de fecundidade.

Em conclusão, a arte dos grandes caçadores prova que o Homem atingira, entre 25 e 12 mil anos
atrás, um elevado nível cultural.


Até para a semana!*****

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

A Economia da Caça


Esta semana debruçamo-nos sobre um dos principais meios de subsistência dos Homens pré-históricos: a caça.



Há cerca de 40 milénios, a humanidade atingiu a última fase do seu desenvolvimento biológico: uma só espécie, o Homo sapiens sapiens, passou a povoar o planeta. O termo desta evolução correspondeu a um grande salto em frente no progresso das sociedades. Entre os 35 mil e os 12 mil anos, no período Paleolítico Superior, surgiram grupos humanos com um nível de cultura já bastante avançado.

Era o tempo da última da glaciação e por isso grande parte das terras e dos mares do Norte estavam cobertos de gelos. Mas os habitantes das terras frias, que ficavam na orla dos glaciares, souberam triunfar das condições adversas do clima. Aproveitando a existência de uma fauna abundante e variada, organizaram a sua vida essencialmente em função da caça. Tratava-se da caça a animais de grande porte (mamutes, renas, ursos, bisontes) que lhes ofereciam uma enorme diversidade de recursos: a carne, a gordura e as peles; os ossos, os chifres e o marfim. Podiam deste modo dispor de uma alimentação rica em calorias, de materiais para se protegerem do frio e de matérias-primas para o fabrico de utensílios.

A caça tornou-se tarefa colectiva. Efectivamente, nas épocas propícias, organizavam-se grandes caçadas, as quais só eram possíveis porque estes caçadores-recolectores tinham uma mais forte organização social e naturalmente porque dispunham de novos instrumentos.


A economia de caça implicava uma grande complexidade de tarefas e, consequentemente, o uso de instrumentos mais especializados. Eram fabricados em pedra, usando uma técnica de lascagem aperfeiçoadíssima e também em osso, chifre e marfim.
Além de machados, de lâminas e de outros instrumentos cortantes, produziam-se armas de arremesso destinadas à caça e eventualmente à guerra e com as quais se podiam matar à distância as presas ou inimigos. Eram as pontas de lança e de azagaia, encabadas em hastes de madeira ou de osso. Só alguns milénios mais tarde os últimos caçadores-recolectores viriam a inventar o arco e a flecha.

Outros instrumentos serviam para diversas tarefas: os arpões de osso ou de chifre para a pesca, que era igualmente uma importante actividade económica; os buris, raspadores e furadores para o amanho da caça, o tratamento das peles, a confecção do vestiário ou a feitura de objectos de adorno.


Encontramo-nos para a semana*

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Vivência. Cooperação. Desenvolvimento de uma sociedade.





Para dar continuidade ao artigo publicado na semana anterior, esta semana decidimos focar-nos na vida recolectora e na importância da vida em sociedade dos nossos antepassados.





Apesar do avanço técnico alcançado, os homens tinham que travar uma luta árdua para obter os meios de subsistência.

A sua actividade fundamental consistia na procura de alimentos: colhiam grãos, frutos e raízes, caçavam, apanhavam peixes e moluscos. Viviam, portanto, exclusivamente da recolha ou recolecção dos bens que a Natureza colocava ao seu dispor.

De todas as actividades da economia recolectora, a mais importante, que fornecia a base da alimentação era a colheita de vegetais. No entanto, a caça foi ganhando um papel cada vez mais importante, à medida que os homens iam possuindo armas mais poderosas e inventavam armadilhas engenhosas para capturar as presas. Em escavações efectuadas nos acampamentos do Homo erectus apareceram vestígios de caça a animais de grande porte: ossadas de cavalo selvagens, de veados e até de elefantes.

A recolecção era um modo de vida incerto. Quando a seca ou os rigores do Inverno assolavam uma região, provocando o desaparecimento da vegetação e a fuga da caça, só restava aos grupos que aí habitavam procurarem outros lugares, onde pudessem achar água ou alimentos. A actividade recolectora conduzia, pois, ao nomadismo. Todos os grupos humanos vivem num determinado território, cujo domínio procuram defender e onde constroem o seu habitat. O mesmo acontecia com os nómadas recolectores. Ocupavam um território durante largas temporadas e apenas se deslocavam pressionados pela alteração das condições naturais.

Os primeiros homens escolhiam para habitar lugares situados junto dos lagos e dos cursos de água e onde abundassem a vegetação e a fauna. Era aí que os bandos de Homo habilis montavam os seus acampamentos, defendidos por vezes com barreiras feitas de pedregulhos. Por sua vez, o Homo erectus construía já habitações (cabanas de pedras e troncos, tendas de peles) e, quando vivia em regiões mais frias, procurava abrigo nas grutas.

Todos estes vestígios do habitat humano mostram que o Homem foi desde sempre um ser social. Vivia em pequenos bandos que, embora sejam grupos não organizados, contribuíram para aumentar as suas possibilidades de defesa e para estimular as suas capacidades criadoras. Foi graças à vida em grupo que o Homem desenvolveu pouco a pouco a linguagem e a comunicação, inventou técnicas e pôde aperfeiçoá-las e transmiti-las.


Podemos concluir que a luta pela sobrevivência tornou-se fruto da cooperação e do esforço colectivo, permitindo ao Homem vencer os obstáculos e desafios levantados pela Natureza e, deste modo, desenvolver uma população mais autónoma.


Com os cumprimentos do grupo*